37 – José Antônio Fernandes (Portuga)

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José Antônio Fernandes (Portuga)

José Antônio Fernandes (Portuga)

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  • 1947: Nascia, na cidade de Santos-SP, José Antônio Fernandes, o “Portuga”, mais um dos Amigos de Frei Cosme que preencheu quase todas as etapas do elaborado protocolo religioso e temporal, dispensado pelo frade do Valongo, principalmente aos seus pequeninos paroquianos.
    E tudo, quase sempre, começava pelo núcleo familiar…

 

  • A FAMÍLIA:

Os pais, portugueses, José Fernandes e Dolores Fernandes, chegaram ao Brasil, em 1940, vindos de Funchal, na Ilha da Madeira. Eram católicos e logo passaram a frequentar a Igreja de Santo Antônio do Valongo. Participavam do Apostolado e da Ordem Terceira Franciscana.

Filhos tiveram três: Maria de Lourdes, cinco anos antes de José Antônio e o caçula Joaquim Paulo (falecido).

A família morou uns tempos no Morro do Fontana, até se instalar, na Rua Visconde de Embaré, na altura da Vila São Bento, sopé do Morro de São Bento. Era o ano de 1949 e a casa pertencia ao Mosteiro de São Bento, dos padres Beneditinos.
É o início das lembranças da infância de José Antônio, descritas com delicadeza e inspiração:

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… Uma casa amarela, com uma grande porta de madeira, duas janelas com alpendre e um muro florido de rosas que terminava na entrada e subida da Vila São Bento. A casa dos Padres.

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Sobre o trabalho incansável de Frei Cosme junto às pessoas, tanto em suas casas, na Igreja do Valongo ou até na rua, José registra:

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Eram reuniões, visitas e confissões em que o frei se dedicava inteiramente às famílias ou casais que o procuravam. Alemão e com dificuldades no novo idioma, nunca se recusou a ajudar um irmão, uma criança, em dificuldades de subsistência, alimentar ou financeira. Frei Cosme sempre estava presente.

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  • PRIMEIROS PASSOS:

Com seis anos, José Antônio foi para o Jardim de Infância, cuidado por freiras, na mesma rua em que moravam. Aí, muitas travessuras e uma cachumba que o deixou preso em casa. Ganhou o irmãozinho caçula e entrou no Grupo Escolar.

Novos amigos, novas atividades, o futebol no campinho de areia da Prefeitura… quando passou a ser chamado de “Portuga”, o filho da Dona Dolores.

Foi por essa época também que, levado pelos pais, principalmente por Dona Dolores (que gostava de cantar), começou sua vida cristã, na Igreja Santo Antônio do Valongo. Lá encontrou Frei Aurélio, Frei Osmar e Frei Cosme. Este último era o responsável pelas Crianças no Catecismo, Crisma e Primeira Comunhão. Era também o responsável pela iniciação dos meninos como coroinhas, que ajudavam nas Missas em latim…

 

  • O SUPERCOROINHA:

Nos últimos anos de 1950, José Antônio foi coroinha de Frei Cosme. Para ele:

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Era uma enorme alegria, aprender a tocar o gongo metálico, durante a Consagração. Se o coroinha errasse a batida, o padre balançava a cabeça, em sinal de repreensão.

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Outra lembrança relatada com ênfase:

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Duas vezes por ano, Frei Cosme me levava para Piaçaguera (Cubatão ainda estava na jurisdição religiosa da Paróquia do Valongo), uma pequena vila de trabalhadores da Estrada de Ferro Santos a Jundiaí, que cuidavam da subida e descida de máquinas e vagões no trecho da Serra. Lá Frei Cosme celebrava a Missa. Eu era o coroinha. Serra do Mar. Só Natureza.

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Já para ler a recordação mais curiosa, vide “Histórias de Coroinha: O Supercoroinha”.

 

  • SEMINÁRIOS:

Em 1960, Dona Dolores consegue, com Frei Cosme, a autorização para o filho ingressar no Seminário Seráfico de Frei Galvão, em Guarantiguetá-SP. E o hoje ex-seminarista destaca:

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Dona Dolores era só alegria entre as mães da Paróquia. Um filho no Seminário para ser padre. Que orgulho!

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De 1961 a 1964, sempre sob a orientação de Frei Cosme, foi a vez de ir para o Seminário Santo Antônio, em Agudos-SP.

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Era um novo mundo, cheio de expectativas. Estudávamos, trabalhávamos e também nos divertíamos. Além das matérias curriculares ainda tínhamos: latim, francês, música e artes cênicas.

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A vocação sacerdotal, no entanto, foi interrompida, depois de umas férias de retorno a Santos…

 

  • CONGREGADO MARIANO:

Após a saída de Agudos, José Antônio continuou frequentando o Valongo, sempre junto ao Amigo Frei Cosme, agora como Congregado Mariano.

Seguiu estudando, foi convocado pelo Exército, trabalhou em várias Empresas importantes, até se radicar em Salvador-BA, como Consultor de Segurança, Saúde, Meio-Ambiente e Qualidade.

Da época de Congregado o destaque fica para as carinhosas lembranças de muitos de seus Amigos. Entre os Amigos de Frei Cosme se destacam: Osmarina, Suely Ribella, Alfredo, Clodoaldo e José Auro (in memoriam).

 

  • ATUALIDADE:

Casado por 30 anos, viúvo e sem filhos, José Antônio continua voltando a Santos, todos os anos, para visitar amigos e familiares.

E finaliza, ao seu estilo:

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Hoje aposentado, residindo em Salvador, curto um pouco este litoral nordestino, enquanto o Senhor permitir. Deus seja louvado.

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