Catarina Teresa Pinheiro dos Santos

Trechos do Depoimento de Catarina Teresa Pinheiro dos Santos (Lili)

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A Família

Viemos para o Brasil no final de 1951, em meio às confusões de um golpe militar em nosso país para derrubar Perón. Viajamos de navio, de Buenos Aires para Santos e fomos morar no Morro de São Bento.

Em suas andanças pelo Morro, Frei Cosme fez contacto conosco e nos ajudou de muitas maneiras. Minha mãe andava doente, tinha dificuldades com o idioma e não se adaptava bem ao novo país. Meu irmão Carlos Alberto precisava arrumar um colégio para estudar. Eu era muito nova, mas já fazia, em parte, o papel de mãe, trabalhava em um armazém de café perto do Valongo e ainda executava trabalhos artesanais para complementar o orçamento familiar, com as bordadeiras do morro, oriundas da Ilha da Madeira. Frei Cosme nos dava assistência constante, arrumou tudo para o Carlos Alberto estudar no Colégio Barnabé e ainda o levou para ser coroinha no Valongo.

Em 1960 casei, mas continuamos morando perto da família.

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O Irmão Carlos Alberto

Carlos Alberto era muito apegado a Frei Cosme. Gostava de sua função de coroinha e das viagens que fazia com o Frei e outros colegas, para visitar o Seminário dos Franciscanos em Guaratinguetá. Queria ser seminarista, mas não conseguiu, pois isso não era permitido pela Igreja a filhos de pais separados.

O Carlos Alberto também fez a Primeira Comunhão no Valongo.

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Frei Cosme

O que mais me comovia em Frei Cosme era a bondade e o carinho demonstrado durante as visitas às casas no Morro. Até quando tinha dificuldade de respirar, por causa da asma que, de vez em quando, o afligia.

Era também cativante a ternura com que tratava as crianças.

No caso de meu irmão, creio que o mais importante foram os ensinamentos e conselhos do frei, que sempre o guiaram na vida.

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Os relatos complementares a seguir, sobre Frei Cosme, são de Antônio Gomes dos Santos, marido de Catarina (Lili)

O que mais me impressionava em Frei Cosme era sua perseverança nas visitas ao Morro de São Bento. Sempre na mesma batida, sem descanso, ano após ano. E não era somente eu. Certa vez, próximo a um botequim do morro, na frente do qual acabara de passar Frei Cosme todo suado, testemunhei como vários frequentadores do boteco, alguns com o copo de cerveja na mão, comentavam isso, em voz alta, mas com clara admiração e até respeito.

Durante o Curso de Preparação para o Casamento, lembro de duas passagens com orientações dadas por Frei Cosme e que me ficaram bem gravadas: Na primeira ele dizia que a essência do casamento poderia ser resumida em: “Crescei e Multiplicai-vos.

A outra foi quando Frei Cosme me perguntou a que horas eu queria casar. Respondi: Às 18:00 horas. Aí, o Frei com a sua costumeira mansidão recomendou experiente e muito sério que eu falasse para a noiva, que seria às 17:30 horas…

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Catarina Teresa Pinheiro dos Santos (Lili)

Catarina Teresa Pinheiro dos Santos (Lili)

Amiga n.º 7 de Frei Cosme

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