A Tradição Franciscana dos Presépios

I – Exposição de Presépios no Santuário do Valongo

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No dia 9 de dezembro de 2012 o Santuário de Santo Antônio do Valongo, em Santos, inaugurou a sua tradicional exposição de Presépios. O local da Mostra, na capela da Ordem Franciscana Secular, OFS, conta com mais de 30 presépios, confeccionados por fiéis da comunidade e artistas da região. Os materiais usados na montagem são variados: pano, arame, louça, papel, vidro, tijolos e jornais entre outros.

A inspiração para este ano veio da “Ação do Coração”, evento realizado na cidade de Santos, durante o mês de agosto de 2012, pela Associação Eduardo Furkini. Nessa oportunidade, incontável número de pessoas compareceu para buscar na Praça Mauá, defronte à Prefeitura, corações confeccionados livremente pela população, “carregados” de amor e boas intenções.

Frei André Becker, OFM, Reitor do Santuário, explica que como o tema marcou e repercutiu por toda a Baixada Santista, foi retomada a ideia para que “o amor ao próximo não caia no esquecimento e, sobretudo para lembrarmos que encarnar-se no meio dos homens, foi o maior ato de amor de Deus por nós“.

A exposição do Valongo conta também com o apoio da Pastoral da Criança, Grupo Amigos do Antônio, Ordem Franciscana Secular (OFS) do Valongo / Embaré e do Jornal Presença Diocesana.

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A igreja ficará aberta de terça a domingo, das 8h às 18h para a visitação. A exposição, com entrada gratuita, irá até o dia 26 de janeiro de 2013, data das comemorações da fundação de Santos e dos 373 anos do Santuário de Santo Antônio do Valongo.

O endereço que todos os anos atrai milhares de santistas e forasteiros é:

Largo Marquês de Monte Alegre, 13
Centro Histórico de Santos
Telefone: (13) 3219-1481

Clique aqui para assistir a reportagem veiculada no Jornal da Tribuna 2ª Edição de 11/12/2012.

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II – Origem e Significado da Tradição

Itália, Idade Média, Natal de 1223…

Numa gruta da região de Greccio, Francisco de Assis, ajudado por um grupo de colaboradores, dava os retoques finais para a montagem de um drama litúrgico, na missa de Natal, para lembrar aos habitantes daquele local, o nascimento e o amor ao Menino Jesus.

O povo que compareceu à Missa pode vivenciar de forma pedagógica o conteúdo evangelizador do santo franciscano.

O impacto didático do mistério de Jesus, nascido na pobreza do estábulo, Filho de Deus, irmão de todos os homens, fez com que as pessoas presentes continuassem a meditar nas mensagens captadas. Cada uma das figuras ali representadas, tinha enorme potencial de evangelização. Maria: esposa, mãe, cumpridora da vontade de Deus; José: esposo, pai, trabalhador, homem de oração; os pastores simples, os sábios lendo os sinais dos tempos, a gruta / estábulo, os animais, a estrela guia, a natureza a serviço de Deus e do homem…

Segundo São Francisco: “No presépio se honra a simplicidade, se exalta a pobreza e se elogia a humildade.

O santo fundador dos franciscanos morreu dois anos após essa primeira encenação ao vivo, mas os confrades, continuadores de sua missão, seguiram sempre em frente com a representação, utilizando imagens.

No Brasil o presépio foi introduzido pelo jesuíta Padre José de Anchieta aos índios e colonos portugueses, em 1552.

Em 1986, São Francisco de Assis passou a ser considerado o patrono universal dos presépios.

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III – Frei Cosme e as Inspirações do Presépio

Muitas das pessoas que conheceram Frei Cosme lembram dele como o frei das crianças, batizados, casamentos, das visitas aos doentes, do andarilho dos morros, bem como outros incontáveis destaques de suas atividades como pregador do Evangelho.

Alguns poucos, porém, mais chegados aos seus trabalhos dentro do Convento, recordam-se dele também como o frei dos presépios. Vários ex-coroinhas ou ex-seminaristas, contam como o ajudaram, principalmente durante as décadas de 1950/60, a montar e desmontar, com o esmero de sempre, a representação do nascimento de Jesus, idealizada por São Francisco de Assis.

Quando o Natal ia chegando, o meticuloso frade alemão do Valongo, envolvido pela atmosfera especial da tradição franciscana, começava seus preparativos.

Primeiro planejava a adaptação do local que geralmente direcionava para o altar de Nossa Senhora (uma de suas devoções especiais), que fica à esquerda de quem entra na igreja do Valongo.

Depois começava a montagem do presépio, sempre em estilo tradicional, com as figuras de barro.

Aos coroinhas que sempre o auxiliavam no trabalho ele aproveitava para adiantar comentários alusivos ao evento: Era preciso celebrar o Natal com muita esperança. Esperança de paz e fraternidade em todo o mundo. Dizia também que todos que por ali passassem, ao contemplar o presépio, deveriam perceber o jeito simples feito por São Francisco, usando a natureza e a criatividade para que pudéssemos assimilar o significado do nascimento do Filho de Deus, irmão de todos os homens, em harmonia com o universo.

Um ex-seminarista relembra que, certamente inspirado pela proximidade da imagem de Nossa Senhora, Frei Cosme também tecia comentários sobre uma das mais caras e representativas virtudes franciscanas: Todos devemos ser humildes e tratar o próximo com amor. A humildade deve ser uma virtude indispensável para nosso aperfeiçoamento espiritual. Ela é necessária para aceitar, sem recriminar, as críticas e até possíveis humilhações. Para isso é bom também procurar sempre, na mãe de Jesus, o exemplo para a prática da humildade.

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[blockquote style=”quotation-marks”]Neste Natal de 2012, os Amigos de Frei Cosme, fazem votos para que os ensinamentos e exemplos de vida, legados por seu Mestre, continuem transformando o coração de cada um, numa perfeita manjedoura para o Menino Jesus.[/blockquote]

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