28 – Ildete Alves Bezerra

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Ildete Alves Bezerra

Ildete Alves Bezerra

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  • Ildete nasceu em 1938, na cidade de Iguatu, interior sul do Ceará.
  • Na primeira metade dos anos 1940, toda a família migrou para Rancharia/SP, indo trabalhar nas plantações de algodão da região. Sem muito sucesso nessa empreitada, mudaram para Santos/SP, instalando-se no morro de São Bento, devido aos modestos recursos disponíveis.

  • Pai e mãe, católicos fervorosos, logo se aproximaram da Igreja do Valongo, carregando consigo os filhos. Eram seis: duas meninas e quatro garotos.

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Coroinha

  • Em 1948, Ildete já era coroinha no Valongo, sob a tutela do Vigário, Frei Valdomiro Shatas. Frei Cosme somente chegaria um ano depois, para sua terceira e derradeira passagem pelo convento franciscano de Santos.
  • Ildete ajudou os frades do Valongo, como coroinha, até 1950. É, no entanto, de 1949 uma lembrança especial desse ciclo. Foi na Missa do Galo, no Natal.

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Leia mais, em “Histórias de Coroinha”.

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  • Ainda como coroinha, já no tempo de Frei Cosme, Ildete recorda o dia em que ele o levou até uma sapataria perto da igreja, ao lado da Casa Amado e lhe comprou um par de sapatos novinhos. Tempos à frente, já mais familiarizado com as características do sacerdote, entendeu o cuidado e o capricho dispensado aos coroinhas que o ajudavam nos ofícios religiosos. Hoje, ao descrever a história, não deixa de sorrir, ressaltando como seu desgastado calçado devia estar fora dos limites, até para simplicidade franciscana.
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Seminarista

  • Começava o ano de 1950, com Frei Cosme dando os primeiros passos, no longo caminho de sua Missão, que levaria dezenas de jovens aos seminários franciscanos.
  • Ildete e o irmão Irineu Alves Bezerra, um ano mais velho, estavam no grupo encaminhado para Guaratinguetá.
  • Na preparação da viagem, conta Ildete, mais uma vez o bondoso franciscano veio em seu auxílio, comprando-lhe um enxoval completo, para não fazer feio no seminário. Tinha até um elegante terno, para dias especiais.
  • Nos primeiros meses de adaptação ao Seminário de Frei Galvão, separado da família, Ildete admite ter chorado muito. Sentia falta da mãe.
  • Um dia, Frei Câncio, o padre Prefeito, tendo percebido seus problemas, levou-o até sua cela. Lá conversaram por longo espaço de tempo, finalizando com a proposta do frei para que se confessasse. Assim fez e, ao sair, Ildete flutuou numa leveza e bem estar jamais sentidos.
  • Acontece que o outro lado de suas boas experiências de seminarista, também foi vivenciado: Como não gostava de estudar e era muito peralta, aprontou das suas e certa vez recebeu o castigo máximo de passar pela palmatória. O instrumento que era feito de bambu, complementa ele, nos anos seguintes seria abolido.
  • Nos estudos, Ildete acabou repetindo o mesmo ano duas vezes e, conforme o regulamento, o aluno deveria ser devolvido aos pais.
  • Ainda assim, o ex-seminarista lembra com saudade os três anos passados em Guaratinguetá:

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Estão entre as melhores lembranças de minha vida e os créditos vão para Frei Cosme.

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Congregado

  • De volta à casa paterna, 1953 foi um ano de decepção. Logo, porém, se reequilibrou e entrou para a Congregação Mariana, com o frei sempre próximo, para eventuais aconselhamentos.
  • Certa vez, durante uma das crises de asma de Frei Cosme, Ildete, junto com outros congregados, ajudou a colocá-lo em uma ambulância.

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O frei não conseguia respirar. Parecia que ia morrer, mas logo ficou bom.

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  • Dessa época, Ildete também guarda ótimas recordações e amigos. Os eventos religiosos eram constantes, sempre havia festas e piqueniques. Ildete gostava de fotografar e dispunha de uma Yashica quase profissional. Ele mesmo revelava os filmes. Era o fotógrafo oficial da turma.
  • Permaneceu na Congregação Mariana do Valongo até 1965, ano em que se casou com D. Vilma. Frei Cosme foi o celebrante da cerimônia.
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Informações complementares sobre a foto:
– Ao centro, o Padre José Cardoso da Silva (falecido em 2014), no dia de sua primeira missa no Valongo, junto aos antigos colegas congregados.
– O 1.º à direita, em pé, de branco é Dalmo Venâncio (falecido), marido de Darlinda (Amiga n.º 20).
– O 1.º à direita, agachado, é o Antônio Peres (falecido), irmão de Alzirinha (Amiga n.º 12).

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Informações complementares sobre a foto:
I – Alzirinha (Amiga 12)
II – Ildete (Amigo 28)
III – Virgínia (Amiga 9)
IV – Silvina (Amiga 27)
V – Pepita (falecida) (irmã do German – Amigo 3)
VI – Antônio Peres (falecido) (irmão da Alzirinha – Amiga 12)
VII – Domitila/Tilinha (esposa do German – Amigo 3)
VIII – Pilar (falecida) (mãe do German – Amigo 3)
IX – German (Amigo 3)
X – Frei Emiliano

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Amigo de Asa

  • Para além das ocupações religiosas no Valongo, das atribuições de casado ou das atividades de 25 anos no emprego da Companhia Docas de Santos, onde era conhecido pelo apelido de “Gringo”, o discreto Ildete, ainda hoje, vibra com especial carinho, ao falar de uma das mais longas paixões de sua vida: Voar.
  • A história de seu caso com os aviões começa nos campos de algodão de Rancharia. Lá, ainda bem pequenino, ficava sonhando ao olhar para os teco-tecos que regularmente passavam sobre os algodoeiros. Imaginava-se lá em cima, no controle de um daqueles fantásticos aparelhos.
  • Aos 17 anos conseguiu entrar na Escola de Especialistas de Aeronáutica, em Guaratinguetá, a mesma frequentada por José Auro (Amigo n.º 21), alguns anos depois dele. O problema é que Ildete lá ficou apenas uma semana. Desistiu, repentinamente, em meio a uma compulsão que não consegue explicar até hoje. Arrependeu-se, mas não teve êxito em ser aceito de volta à escola.
  • Mesmo assim, inscreveu-se na escola de pilotagem do Aeroclube de Santos que ficava na Praia Grande. Fez seu primeiro voo com 20 anos, recebeu o brevê em 1964, continuando a pilotar regularmente até os anos 1970. Aí, devido às dificuldades em conciliar o trabalho nas Docas e os voos, aos poucos foi parando.
  • A velha paixão, porém, se denuncia no brilho de seu olhar e na maneira de falar, enquanto carinhosamente vai desdobrando velhos documentos com registros de voos ou mostrando, ainda bem conservadas peças de um antigo “computador de bordo”…
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Adelson Cravo Trombino

Adelson (Amigo n.º 26) também entusiasta por pilotagem de aviões, foi levado por seu vizinho Ildete, para o Aeroclube de Santos. Chegaram a ter aula juntos. Os dois passaram por muitas e saborosas histórias naqueles tempos. Ao contá-las, fazem isso com visível prazer.

E Adelson, embalado pela grande satisfação em compartilhar a mesma paixão com Ildete, completa exclamando em seu idioma peculiar:

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Fomos Amigos de Asa!

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  • Antes de terminar a rodada de recordações, Ildete faz questão de registrar que segue firme na prática da fé, lembrando sempre dos ensinamentos recebidos dos frades franciscanos, em sua infância e juventude.
  • E ressaltando a figura de Frei Cosme, reafirma com emoção:

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Foi o padre mais bondoso que conheci!

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✞ Falecido em 04/11/2015

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Uma resposta para “28 – Ildete Alves Bezerra”

  1. Acatando uma solicitação do grupo de amigos de Frei Cosme, e do nosso Pároco, Frei João Lopes, fiz uma pesquisa da passagem sacerdotal/evangelizadora de Frei Cosme, pela Paróquia de Ituporanga/SC, nos idos tempos de 1938/1942. Agradeço a Deus pela oportunidade e deixo aqui o meu respeito e admiração pelos autores do Site.

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